“2024 foi um ano memorável”, começou por dizer Cláudia Azevedo, CEO da Sonae, no comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que indica também que a retalhista registou uma subida de 18% nas vendas, atingido um valor recorde de aproximadamente 10 mil milhões de euros.
Já o resultado líquido da Sonae fixou-se em 223 milhões de euros, tendo, no ano anterior, se fixado nos 357 milhões. Segundo o comunicado, excluindo-se a mais-valia de 168 milhões de euros alcançada com a venda da sua participação na Iberian Sports Retail Group (ISRG) à JD Sports Fashion, no quarto trimestre de 2023, o resultado líquido relativo ao ano passado “teria aumentado 18%” face ao ano anterior.
O EBITDA aumentou 4,5%, tendo ultrapassado os mil milhões de euros, com o volume de negócios a chegar a um valor recorde de 9.947 milhões de euros.
De acordo com a comunicação, estes resultados devem-se ao “desempenho robusto dos nossos principais negócios, bem como por movimentos estratégicos no portefólio, nomeadamente as aquisições da Musti e da Druni”.
A empresa também dá nota de que o cash flow operacional aumentou de 25 milhões para 261 milhões em 2024, “beneficiando da melhoria do desempenho operacional dos nossos principais negócios e de uma evolução favorável do fundo de maneio”.
Já a dívida líquida consolidada atingiu os 1,6 mil milhões de euros no final de dezembro passado, tendo triplicado de valor de um ano para o outro.
Na mensagem que consta no relatório de contas, Cláudia Azevedo diz estar “plenamente convencida de que temos todas as condições para alcançar ainda mais sucesso no futuro”, adiantando que “globalmente, todos os nossos negócios tiveram um desempenho excecional num contexto de elevada competitividade”.
A CEO da Sonae refere ainda que setor de retalho alimentar da MC, cujas vendas aumentaram 7%, apresentou “excelentes resultados apesar da pressão concorrencial, com ganhos consistentes de quota de mercado”.
“Olhando para o futuro, a MC tem oportunidades claras para continuar a crescer, nomeadamente em formatos de proximidade e conveniência, em áreas urbanas, e através do canal online e de serviços de entrega rápida”, lê-se na comunicação.
Cláudia Azevedo refere ainda que o segmento de saúde, beleza e bem-estar apresentou “um crescimento significativo” nas vendas, que acredita estar ligado “ao bom desempenho das nossas insígnias originais e pela inclusão da Druni no nosso portefólio”.
Neste sentido, a líder do grupo enfatiza também que “a combinação da Wells, Arenal e Druni estabeleceu um líder ibérico com a oportunidade de captura de sinergias importantes num mercado em rápido crescimento”.
No retalho de eletrónica, a faturação da Worten aumento 8% para 455 milhões de euros, com a comunicação a referir ainda terem sido aberta 38 novas lojas iServices em 2024, terminando o ano com 32 das suas 93 lojas localizadas fora de Portugal.
Em outubro do passado, a Sonae integrou também a Musti no seu portfólio, com o grupo a reportar uma faturação 122 milhões de euros no último trimestre do ano, tendo crescido 5,6%.
Relativamente a investimento, a CEO da Sonae refere que “foram estrategicamente geridos para apoiar oportunidades de criação de valor, incluindo a melhoria das nossas competências digitais, expansão dos nossos negócios e concretização de oportunidades de reconfiguração do portefólio”.